Não se assuste com o meu silêncio, - e não tenha medo dele - eu estou com você. Pode ser que às vezes eu pareça sombria, pensativa. Pode ser que ao invés de beijos e bombons, eu te traga flores murchas. Pode ser que às vezes eu seja tudo aquilo que um dia tudo o que você sonhou. E às vezes posso não ser a certa, nem conseguir chegar aos pés de uma.
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Não chegar perto é fundamental, nada de troca de olhares, nem o tocar das mãos, intimidade demais é perigoso demais. Entre um gole ou outro desse café amargo, eu posso finalmente o enxergar por de trás da fumaça do seu cigarro, e não é isso o que eu quero. Acho que não é ele que eu quero. Não é por precaução,mas prefiro ficar de longe, assim o observo melhor, e posso ver as suas manias. Não estou assustada o tempo todo, é só que às vezes ele me apavora.
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Eu simplesmente não quero ter que conviver com a sua indecisão. Você diz que eu nunca soube o que eu queria, para onde eu queria ir, o que eu queria de você. Por acaso você já tentou descobrir o que você quer de você mesmo? Algo além do de praxe, algo além da sua moto, algo além do seu quarto, com seringas espalhadas, com esse cheiro, você já tentou se perguntar o que tá fazendo aqui?! No meio de tantos livros, no meio de tanto vazio, no lugar de ter aceitado o amor que eu tentei te dar? Ele podia machucar, qualquer amor pode, mas em relação à sua vida, meu amor não causaria nem uma mínima fisgada no seu cérebro.
Desculpa se sempre estive drogada demais para você.